Um dos conceitos de maior importância para a cultura japonesa é o mottainai, que pode ser entendido como “não desperdiçar”, associado a ideias de aproveitamento e reutilização. Essa é uma filosofia aplicada em diferentes áreas, que pode ser colocada em prática cotidianamente por todos. Na gastronomia, soluções distintas foram e continuam a ser criadas para um melhor emprego dos ingredientes, visando um melhor aproveitamento de todas as suas partes e propriedades.
Neste vídeo, são apresentadas duas receitas tradicionais japonesas que utilizam ovas da tainha. Rodolfo Vilar, um dos idealizadores do Projeto A.Mar, aplica no desenvolvimento de seus produtos a lógica do mottainai – o melhor aproveitamento possível das matérias-primas. A primeira receita é a do Karasumi, considerado uma das principais iguarias do Japão. Resultado de um processo de salga, o Karasumi é análogo à bottarga mediterrânea e acredita-se que tenha sido introduzido no arquipélago nipônico através da Rota da Seda, por volta de 1650.
Já o Shiokara é um fermentado à base dessas mesmas ovas e um ótimo acompanhamento para as refeições. Os alimentos fermentados são parte essencial da dieta japonesa, que utiliza essa técnica em uma variedade de receitas que são potencializadas pelo clima e pela umidade do país, ambiente adequado para a reprodução de microorganismos que estimulam a fermentação.
Rodolfo conta mais sobre o passo a passo para o aproveitamento dessas iguarias presentes na tainha.